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Milão, uma agradável surpresa!

Atualizado: 19 de jun. de 2018

Durante vários anos fui adiando a minha ida a Milão. Passei algumas vezes perto, mas acabava sempre por não entrar, com aquele argumento: não tem assim nada de interessante a não ser a Catedral! Várias vezes também pensei para os meus botões: Só a Catedral? Só a 4ª maior Catedral do Mundo? Só a 2ª maior Catedral da Europa? Só isso merece uma visita!

O ano passado perdi o medo e lá fomos 4 dias até Milão. Uma coisa é certa: Milão não é só a Catedral, e foi uma agradável surpresa!

Viajámos pela Ryanair, pelo que aterrámos em Bergamo. Apanhámos um dos autocarros à saída do aeroporto que têm como destino Milano Centrale. A viagem demorou cerca de 45 minutos.

Aproveitámos para ver logo a estação, que é a segunda maior de Itália e é bem bonita.

Seguimos a pé até ao Hotel Château Monfort, check in feito, o centro Histórico esperava por nós. Seguimos pela Corso Monforte, Piazza S. Babila, Corso Giacomo Matteotti até à Piazza della Scala. Uau! Para onde ir primeiro? De um lado o Teatro alla Scala, a famosa Ópera de Milão, no meio da praça o monumento de Leonardo da Vinci e do outro umas das entradas para a Galeria Vittorio Emanuele II. Dada a volta à praça, entrámos na Galeria! Um dos objetivos da Galeria é fazer a passagem direta entre a Duomo e a Ópera. Um luxo espetacular. Tudo tão bonito, elegante e perfeito que é difícil olhar paras a lojas, não menos bonitas, mas que se tornam pequenas no meio daquela grandiosidade. A arquitetura, as arcadas, o chão, os tetos, a cúpula em vidro, os detalhes, tudo tão perfeito que de certeza passaríamos ali algumas horas. Mas apesar de maravilhados, continuámos caminho e saímos pelo lado da Duomo, mas não lhe demos a devida atenção. Haveria tempo para isso. Seguimos para Brera, o bairro dos artistas, famoso pelas suas galerias de arte e antiquários, bares e restaurantes, pela Academia de Belas Artes, pela Pinoteca de Brera e a Igreja de S. Marco.

E foi em Brera que me deparei ao vivo e a cores com a happy hour, ou o chamado Aperitivo Milanês. Sim, a partir das 18h e até à hora do jantar, há festa nas ruas. As pessoas encontram-se depois do trabalho, para beber um copo, comer uns petiscos e socializar. Existem imensos bares que oferecem o aperitivo, e os preços variam entre os 10 a 15 euros.

Adoro! O ambiente, as pessoas, a vida nas ruas, perceber que este momento faz parte do seu dia a dia. Para além disso, trouxe-me boas recordações de Bilbau, uma outra cidade que adorei, e que tem um estilo de vida muito idêntico ao de Milão. Na primeira noite apenas jantámos por Brera, mas iríamos voltar!

O nosso segundo dia em Milão foi dedicado ao Lago di Como, dia esse que terá direito a um post só para ele! Ir a Milão, sem passar pelo menos 1 dia pelos Lagos, não será a mesma coisa, mas hoje sei que teria passado bem os dias na cidade.

Regressámos de Como ao final do dia, mesmo à hora certa do Aperitivo, e Brera seria novamente o nosso destino. Como estávamos junto ao castello Sforzesco, atravessámos o Castelo por dentro, vimos a exposição que estava a decorrer, mas não fomos ao Parque Sempione. Ficará para a próxima, porque eu até gosto de visitar os parques das cidades.

Íamos nós pela Corso Giuseppe Garibaldi e decidimos parar na La Prosciutteria Milano Brera. Realmente aquele ambiente é fantástico. O problema é que depois até apetece ir andando de bar em bar. Aperitivo feito, lá continuámos até à porta Garibaldi, seguimos pelo corso Como e fomos até à Piazza Gae Aulenti, sempre envolvidos neste ambiente de bares, restaurantes, lojas e ruas cheias de pessoas. Voltámos um pouco para trás e fomos comer uma pizza ao Eataly Milano Smeraldo.

E chegou finalmente o dia da Duomo! Comprei os bilhetes online através da Get your guide, com acesso a tudo e com opção de audio guide. Dirigimo-nos ao balcão das entradas prioritárias, levantámos os bilhetes e fomos diretamente aos terraços. Desfrutem, sem pressas: da vista, da arquitetura, admirem as figuras que estão nos 135 pináculos exteriores da catedral. São todas diferentes. No ponto mais alto está La Madonnina, uma estátua dourada que representa a Santa protetora de Milão e dos milaneses. Tirem fotografias, aproveitem o sol, e se conseguirem descubram esta pérola!

Andámos cerca de 1h3 lá por cima, até que descemos para visitar o interior. Eu tenho a mania de olhar para o chão que piso, e apesar de impressionada pela grandiosidade da nave central, a primeira coisa que me chamou a atenção foi o chão. Grandes quadrados de mármore rosa, preto e vermelho, com um desenho floral geométrico. Lindo! No chão também é possível ver uma linha de cobre, que é o meridiano da Duomo. É impossível, numa primeira visita, ver todos os detalhes de uma catedral desta dimensão, mas enquanto caminhamos, vamos apreciando os vitrais, as estátuas, os desenhos. Uma das histórias da Duomo, que contam no guia, é que conserva um dos 3 pregos sagrados da cruz de Jesus. O prego fica na abside da catedral e é identificado por uma luz vermelha. Visitámos ainda a parte subterrânea da Duomo, onde conservam os restos arqueológicos da basílica romana de Santa Tecla, basílica di Santa Maria Maggiore e do batistério de San Giovanni alle Fonti. E assim passámos uma manhã...optámos por não ver o museu e a Igreja de S. Gottardo que também estavam incluídos no bilhete.

De volta ao rebuliço da cidade, com a praça cada vez mais cheia, tentámos almoçar no Rinascente Milano (centro comercial em frente à Duomo, com vista para a catedral), mas estava tudo cheio. Seguimos caminho, e a direção era a Igreja Santa Maria delle Grazie. Santa Maria delle Grazie é uma igreja e convento dominicano e é um dos patrimónios Mundiais da UNESCO. A igreja é famosa pela pintura da Última Ceia de Leonardo da Vinci, que foi pintada na parede do refeitório do convento. Nós não conseguimos visitar, porque os bilhetes devem ser comprados com cerca de 3 meses de antecedência. Mas ficou a fotografia da praxe!

Como qualquer cidade, vila ou aldeia Italiana, Milão está carregada de Igrejas, umas mais conhecidas, outras nem tanto, mas todas são referências culturais, cheias de história, sendo verdadeiras obras de arte. À medida que caminhamos, vamos passando por elas, mas é difícil entrar em todas. Optámos por visitar a Basílica de Sant Ambrogio, tradicionalmente considerada a segunda igreja mais importante da cidade e uma das mais antigas, entre 379 e 386 d.C. Santo Ambrósio é o santo patrono da cidade, um dos fundadores do catolicismo, tendo sido uma inspiração fundamental para Santo Agostinho. Da rua até o interior da igreja passamos pelo pátio interno, que antigamente servia de mercado.

Igreja vista, tínhamos 1,5km para chegar a Navigli - i canali di Milano. Chegámos mesmo a tempo de ver o pôr do sol, e comer um aperitivo! Se Brera era bom, Navigli é ainda melhor.

Tínhamos jantar marcado no El Brellin, que recomendo. Ainda fomos até ao fim do canal grande, mas infelizmente não tivemos tempo de explorar toda a zona. Não fomos a Naviglio Pavese, Museu da Cultura e Fundação Prada, que ficam nesta zona da cidade.

E Milão não ficava vista, sem dedicarmos um tempo à Moda. Não é que ainda não tivéssemos passado por nenhuma loja, não que ainda não tivéssemos percebido que é uma cidade de luxos, não que ainda não tivéssemos passado ao redor de algumas das ruas famosas, mas tínhamos que palmilhar o Quadrilatero della moda - via Monte Napoleone, via della Spiga, via Sant´Andrea e via Alessandro Manzoni. Estas são as ruas principais, ou mais famosas, mas há mais. Prada sim, Prada sim, Dolce Gabbana (perdi a conta a quantas lojas vi), Moschino, Fendi, Armani, enfim, tudo o que possam imaginar e impróprio para consumo. Mas montras lindas e originais. Também existem inúmeros outlets nesta zona, bem como espalhados pela cidade. Ainda entrei em alguns, mas fiquei-me por dar apenas uma vista de olhos! Já que a Moda era o tema do dia, fomos explorar melhor a zona da Galeria Vittorio Emanuele II, bem como as ruas envolventes: corso Vittorio Emanuele II, Piazza Filippo Meda, via San Raffaele, via Ulrico Hoepli, onde almoçámos na esplanada do Ravizza dal 1871. Comida bastante saborosa. E como não poderia deixar de ser, e porque sou mesmo fã dos gelados italianos, fomos comer o último gelado à Cioccolatitaliani. Quase a dizer adeus a Milão, ainda fomos jantar ao Mimmo Milano. Gostei mesmo muito destes dias em Milão, uma cidade com vida, movimento e estilo, onde nos conseguimos deslocar bem a pé e que acima de tudo nos surpreendeu. Não posso acabar sem vos falar do Luini Panzerotti...É obrigatório irem. É take away, as filas são grandes, mas o serviço é rápido, e os panzerottos são de comer e chorar por mais! Por isso não sejam tímidos e peçam logo 2. Vão ver que não se arrependem! Ciao Milano!


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